O FILME QUE HOLLYWOOD NÃO FEZ
Paulo Roberto Cannizzaro
Os anos sessenta se aproximam e um estúdio de cinema está preparando um filme inédito que vai contar sobre os problemas mais significativos e reclames sociais da sociedade americana. A juventude não quer mais saber de filmes religiosos, musicais, e os clássicos da “Era de ouro” do cinema. As atrizes e os atores consagrados estão envelhecendo, e muitos deles estão cheios de problemas em suas vidas pessoais. Os confrontos com os negros se espalham na sociedade americana. Em protesto, os negros deixaram de utilizar o transporte público. Muitos pedalavam suas bicicletas para irem trabalhar. Outros compartilhavam uso de carros ou usavam carroças. O serviço público perdeu os passageiros e a arrecadação dos transportes desabou.
O filme que iria a tela aborda os problemas da censura, que não admite que um juiz branco, casado, se apaixone por uma mulher negra. O Código de Hays está em vigor e define o que pode ir para as telas. Não se aprova sequer beijos muito longos. Assim, esse é um romance da vida da América, captando as imagens inquietantes que chegavam com a aproximação da próxima década, que deseja derrubar a censura.